sábado, 11 de julho de 2009

Sonhos de uma noite de verão*

Beija-me asim. Sem mais explicações, beija-me sem fim.
Faz de meus lábios teu calor, tua vida sem pudor, e queime teus desejos desnudos em minha carne latejante, doente de ti.
Embala-te do silêncio elouqüente e abraça-me, amor. Abraça-me agora até que se finde a senescência dos tempos! Faz de horas milésimo desejo, e a cada um desses passados, aguce-me os olhares, a pele, as unhas e meu queira com tamanha intensidade a banhar teus inlucidos beijos apaixonados.
Oh, venérea inlucidez que me despe dos errantes pudores! É a mesma que faz-nos agora amantes dos segundos proibidos.
E com teu corpo, embriaga-me os sentidos, libertário do romance, libertino dos prazeres. Amor, amor, amor; sou minha, sou tua, somos um.
Brindemos enfim, a indescência mascarada, enroscada, endiabrada, num gozo eterno de tudo que ainda não findou.
Afaga-te em mim, beija-me assim, beija-me sem fim.

*Obra de William Shakespeare, ambientada na Grécia mítica, a qual fiz uso do título, belíssimo! (: